Quando acordei pela manhã, depois de um sonho meio louco em que minha vó Áurea voltava para matar minha saudade. Ela, voltando com os mesmos ensinamentos de outrora, nos dias atuais. Os ditos populares.
- Bom dia, vovó
- Bom dia, meu neto. Isto são horas para se acordar? “Deus ajuda a quem cedo madruga”
- Vovó, eu já estou aposentado e não tenho hora para acordar.
- Precisa responder deste jeito? “A educação vem do berço”
- Desculpe vovó, não quis ser rude. A senhora sabe que a amo.
- É, “Amor com amor se paga”
- Vovó, colher de plástico para mexer o café?
- “Na casa de ferreiro o espeto é de pau”.
- Que tal ir caminhar pela orla da praia.O dia está lindo!
- Vamos sim.”O sol nasce para todos”
- A senhora tem que se apressar, para não pegar o sol a pino.
- “A pressa é inimiga da perfeição” e “Devagar se vai ao longe”
Chegando à praia, que estava lotada, minha vó olhando para os banhistas e me dizendo que no tempo dela não era assim. Tinham mais panos nas vestimentas de praia.
- Vovó, hoje em dia isto é normal.
- É! “O pior cego é aquele que não quer enxergar”, e pelo visto você acha que “Na terra de cego quem tem um olho é rei”, mas digo a você que “Dois olhos vêem mais do que um só”. “Quem não tem colírio, usa óculos escuro”
E começamos a ri.
- A senhora tem um dito popular para qualquer situação.
- E você tem criatividade para mudar esses ditos populares e frases de pensadores famosos. Li seu primeiro livro de crônicas que falava sobre a bunda. Há mais mistério entre o banco e a bunda do que possa imaginar a nossa vã filosofia. A pior bunda é aquela que não se pode ver. Há bundas que vem para o bem. Quem bunda por último, nem sempre bunda melhor. Na terra dos sem bunda, quem tem uma é rei. Bundar ou não bundar, eis a questão. Bundas passadas não movem moinhos. Uma bunda só não faz verão. Mas vale uma bunda na mão do que duas voando.
Peguei o carro e voltamos pra casa. A tarde toda conversamos e confesso que aprendi muito ditos populares como “Boa árvore, bons frutos” (De pessoas que tem bons antecedentes só se esperam boas ações).
“Dize-me com quem andas e te direi quem és”(As pessoas podem ser julgadas pelas companhias que escolhem)
“De boas intenções o inferno está cheio” (Não basta projetar, ter o propósito de fazer alguma coisa; o importante é fazê-la).
“Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” (Alusão irônica aos que dão bons conselhos mas agem ou comportam de maneira diferente daquela que recomendam).
“O dinheiro é bom servidor, porém mau senhor” (O dinheiro é útil quando dele nos servimos para nossas necessidades; mas, quando passa a ser um fim em si mesmo, tornamo-nos seus escravos)
“Quem dá aos pobres empresta a Deus” (Quem faz bem ao próximo recebe a recompensa divina).
“Quem vê cara não vê coração” (Não se pode julgar pessoas e coisas apenas pela aparência, pois as atitudes nem sempre refletem as intenções).
“Se queres ser um bom juiz, ouve o que cada um diz” (Não se pode ser justo numa decisão, sem ouvir as partes em litígio).
“A fome é o melhor tempero” (Quando se tem fome, a pior comida parece a mais saborosa).
“Após a tempestade vem a bonança” (A momentos de aflição, sucedem momentos de tranquilidade).
A noite quando fui dormir e estava quase pegando no sono, minha vó disse. Sempre que precisares de mim, sonhe, imagine. Eu estarei sempre em sua mente e você no meu coração.
👏👏👏👏👏 as avós e os ditados são otimos
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Então somos. Obrigado pelo comentário.
beijos
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Muito bom você é o cara ,parabéns achei muito legal.
Ri muito.
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Legal Ademir. Obrigado pelos elogios e comentário. Continue me acompanhando.
Abraços
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Saudades de tudo isto!
Tempos bons!
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Com certeza foram tempos bons que sempre ficarão guardados em nossas mentes e corações.
Valeu pelo comentário, irmã
Beijos
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legal morri de saudades…
que ideias ferteis adorei kkkk
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Obrigado prima.
Sempre é bom recordarmos.
Espero vê-la sempre nos comentários.
Beijos. Estou com saudades.
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O fruto cai perto da árvore… diria a avó Aurea.
Agora eu sei da onde vem tantos ensinamentos.
Um sentimento de melancolia e saudadades do meu avô Chico que sempre tinha um comentário inteligente e inquietante.
Gratidão por este momento.
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Fico contente que tenha chegado até você esta mensagem. Gostei muito do seu comentário. Obrigado mesmo.
Espero que continue lendo sempre minhas crônicas.
Beijos
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Grande Nelson. Depois de ler sua crônica de hoje só fiquei na dúvida se a forma correta do verbo seria “bundar” ou “bundear”? Grande abraço!
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Nelsinho, que sorte a tua ter uma avó tão sábia!!! Adorei demais e aprendi muito!!
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Sinto muito a falta dela, mas é a lei da vida, não é mesmo? Obrigado pelo comentário, minha leitora assídua.
Beijos.
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